A Polícia Civil e a Polícia Científica do Paraná identificaram fragmentos genéticos de Leandro Bossi, que desapareceu em Guaratuba, no litoral do Paraná, em 1992, com 7 anos de idade.
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As novidades foram apresentadas na última sexta-feira (10) em coletiva de imprensa convocada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Segundo as autoridades, a ossada corresponde a 99,9% do material genético de Leandro.
A identificação é resultado da integração entre as forças de segurança e aconteceu após a coleta das amostras de fragmentos armazenados na Polícia Científica e o confronto com o DNA de familiares do menino.
Informações sobre a origem dos ossos analisados, a causa da morte de Leandro ou possíveis responsáveis pelo crime não foram reveladas. A polícia agora terá que abrir o inquérito que havia sido encerrado há décadas.
De acordo com o ‘G1’, o Governo do Paraná disse que “os fragmentos analisados estavam no IML“.
O Secretário de Segurança Pública Wagner Mesquita falou durante a coletiva que “este resultado de hoje trará algum impacto para investigação do homicídio. Agora vamos ter que analisar o inquérito”.
“As circunstâncias da morte são objeto de investigação de um inquérito policial que está arquivado há décadas. Nos próximos momentos a Polícia Civil poderá solicitar copia do inquérito e verificar como essas provas poderão impactar em uma nova investigação“, acrescentou Wagner Mesquita.
Em outro trabalho similar, o Estado identificou, em 2019, o autor do crime contra a menina Rachel Genofre.
Essa resolução é fruto do trabalho do banco genético do Estado, que integra a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Pessoas Vivas Sem Identificação, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O andamento dos procedimentos contou com o apoio do Ministério e da perícia da Polícia Federal.
“É um trabalho que tem avançado com mais celeridade nos últimos anos. A integração das forças de segurança e o trabalho em parceria com a União, além dos avanços tecnológicos, estão ajudando o Estado a responder casos complexos e que demandavam resposta”, disse o secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita.
Caso Leandro Bossi
Leandro Bossi desapareceu durante um show, em Guaratuba, no dia 15 de fevereiro de 1992. Naquele mesmo ano, no dia 6 de abril, outro menino, Evandro Caetano, de 6 anos de idade, também desapareceu na cidade.
Em 2021, o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), da Polícia Civil, fez coletas de materiais genéticos dos familiares de Leandro.
Através de um teste de DNA Mitocondrial, com recursos diferentes dos tradicionais, foi constatada a identidade da amostra da mãe do menino, na comparação com os fragmentos encaminhados pela Polícia Científica.
Para o perito responsável pelo caso, Marcelo Malaghini, coordenador do Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica, o trabalho do Banco Genético foi de extrema importância para chegar a esse resultado depois de tanto tempo.
“O exame genético hoje traz uma segurança muito maior, comparada há 30 anos, quando foram feitas as primeiras análises. Naquela época não havia laboratórios de polícia no Brasil, hoje temos um potencial em análises genéticas, principalmente com esta possibilidade”, afirma.
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