Mais um médico anestesista foi preso nesta segunda-feira (16) suspeito de abusar sexualmente de pelo menos duas pacientes em hospitais do Rio de Janeiro. Um caso semelhante chocou o Brasil em 2022.
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O colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo teria estuprado pacientes sedadas durante procedimentos cirúrgicos em que ele atuou e, pasme!, a ação foi filmada pelo próprio.
“Andres Eduardo se gravou abusando das vítimas. Em uma delas, ele esfregou e introduziu o pênis na boca da mulher e guardou o registro”, comunicou a polícia ao portal ‘G1’.
Além dos estupros cometidos em um momento de total vulnerabilidade das vítimas, o médico Andres Eduardo é investigado por produzir e armazenar pornografia infantil. Mais de 20 mil arquivos foram encontrados no celular dele pela polícia.
A prisão do anestesista aconteceu nesta segunda-feira (16) na casa dele na Barra da Tijuca (bairro nobre do Rio de Janeiro).
Quem abriu a porta foi a esposa do médico, depois que um mandado de prisão provisória e busca e apreensão contra Andres por estupro de vulnerável foi expedido.
A investigação está sendo realizada pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). O caso se assemelha muito ao de Giovanni Quintella Bezerra, que foi preso em julho de 2022 e cujo julgamento já começou.
Andres Eduardo está legal no Brasil, com a documentação em dia. O médico anestesista atuava tanto em hospitais públicos quanto particulares da capital carioca. A polícia continua investigando e acredita que deve encontrar evidências de outros abusos cometidos pelo médico.
Como a polícia descobriu os crimes do anestesista?
Tudo começou quando o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal (PF) identificou vasta movimentação de arquivos pornográficos em posse do médico.
Em dezembro, o caso foi encaminhado à Polícia Civil, que contou com o apoio de seu serviço de inteligência para apurar os fatos.
Diante das suspeitas, os agentes conseguiram a quebra de dados em compartimentos do celular do suspeito. De fato, foram encontrados mais de 20 mil mídias de abusos infantis no smartphone do médico colombiano.
Além dos dois estupros, o Andres Eduardo também responderá pelos crimes de produção de pornografia infantojuvenil e aquisição/posse/armazenamento de pornografia infantojuvenil.
“Quando vimos, logo de início, tratamos como casos de estupro, partindo do princípio de que ele mesmo teria produzido. Mas precisávamos avançar na identificação das vítimas e materializar os crimes. Pelos metadados dos vídeos, certificamos a localização do suspeito no ato da gravação, identificando os hospitais e descobrindo os dias”, iniciou o delegado titular da Dcav, Luiz Henrique Marques.
“Aí partimos para a tentativa de descobrir as mulheres ali sedadas. Com as listas de pacientes operados nos dias, fomos buscando características físicas e eliminando possibilidades até chegar às pacientes”, explicou ele em entrevista ao portal ‘G1’.
O primeiro crime de estupro aconteceu no dia 15 de dezembro de 2020 durante a realização de uma cirurgia de laqueadura no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
Já o segundo crime foi cometido em 5 de fevereiro de 2021 durante um procedimento para retirada de útero no Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A polícia localizou as pacientes vítimas do anestesista e mostraram as imagens do momento do estupro, gravadas pelo próprio médico. As duas mulheres se reconheceram, mas não tinham noção de que haviam sido estupradas durante as respectivas cirurgias.
Segundo informações do ‘G1’, uma delas contou que a sedação foi tão intensa quanto a de um parto de cesárea. Ela disse ter ficado totalmente desacordada por mais de duas horas.
A direção do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth informou que colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do médico.
“Todas as informações solicitadas pela polícia foram levantadas e repassadas. O médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021“, diz o comunicado.
O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho afirmou que “o médico Andres, colombiano, não atua mais na unidade desde fevereiro de 2021“.
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