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Durante missa, padre chama repórter da Globo de ‘viadinho’ e ele rebate

Pedro Figueiredo falou sobre o vídeo que mostra seu marido, Erick Rianelli, mandando uma mensagem de Dia dos Namorados em rede nacional

Foto: reprodução / Instagram

No último fim de semana muitos casais comemoraram o Dia dos Namorados no Brasil e um vídeo de 2020 com uma mensagem romântica de um repórter da Globo para o seu marido viralizou nas redes sociais. O fato é que um padre citou o conteúdo do vídeo durante a celebração de uma missa utilizando um tom acusador e considerado homofóbico.

Nesta quinta-feira (16) o jornalista Pedro Figueiredo – para quem Erick Rianelli mandou a mensagem que viralizou – quebrou o silêncio e falou sobre o assunto em sua conta no Instagram.

“Quem nunca sonhou em receber uma declaração de amor na TV?! Eu tive essa sorte. Foi no ano passado, no Dia dos Namorados. Os repórteres e as repórteres que estavam ao vivo no ‘Bom Dia Rio’ se declararam pra seus amores. Naquele dia, o Erick era o único LGBT do grupo. E a mensagem viralizou. Foi espontâneo, foi sincero, mas também foi um canhão de afeto. Inspirou e representou muita gente”, disse Pedro.

“Agora, um ano depois, voltou a viralizar. Dessa vez acompanhada por mensagens de ódio. Temos um profundo respeito por todas as religiões. Acreditamos no afeto e em seu poder de transformação. A Oração de São Francisco diz: ‘Onde houver ódio, que eu leve o amor’. É assim que vamos seguir em frente. Obrigado a todas as mensagens de carinho que temos recebido”, concluiu o repórter da Globo.

Assista ao vídeo que viralizou e gerou a polêmica:

O padre Paulo Antônio Müller não gostou de ver um casal gay falando sobre seu amor em TV aberta e resolveu destilar ódio durante a missa que celebrava.

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“A gente faz um namoro não como a Globo apresentou essa semana. Dois viados. Desculpa, dois viados. Um repórter, um viadinho, chamado Pedrinho. ‘Prepara meu almoço que eu tô chegando, tô com saudade’”, ironizou ele.

Ridículo. Por favor, que esta não seja a sua cabecinha também, tá? Nem do seu filho, nem da sua filha”, disse. “Pega a Bíblia e olha o livro Gênesis: Deus criou o homem e a mulher. Isso que é casamento, afirmou.

Que chame a união de dois viados e de duas lésbicas de qualquer coisa, mas não de casamento, por favor. Isso é falta de respeito para com Deus. Isso é sacrilégio, é blasfêmia. Casamento é coisa bonita e digna. O sentimento do amor é entre homem e mulher, marido e mulher”, reforçou o padre.

Internautas criticaram muito a postura do líder religioso e compartilharam o vídeo até que chegasse aos jornalistas envolvidos.

“Galera faz isso chegar no jornalista da Globo. Tem que processar esse lixo de pessoa. Se esconde atrás de um púlpito, usa a divindade pra propagar preconceito“, disse um internauta.

É inaceitável essa conduta de um cara que se diz servo de Deus. O Deus que existe, é amor, acolhimento… Por mais que o Papa tente mudar o olhar das pessoas em relação à igreja, vem uns ‘padres’ como esse pra destilar o preconceito em nome de uma religião. Não dá mais!”, comentou outra pessoa no Twitter.

Confira o vídeo do Padre fazendo comentários homofóbicos:

A homofobia é crime no Brasil desde junho de 2019. A prática ou a incitação à discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual é punida com 1 a 3 anos de prisão, além de multa. Se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena pode chegar a cinco anos.

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Vale lembrar que a Lei Brasileira contra a homofobia não restringe o exercício de liberdade religiosa. Ou seja: fiéis, pastores e líderes religiosos têm assegurado o direito de pregar suas convicções, desde que essas manifestações não se convertam em discursos de ódio, incitando hostilidade ou a violência contra a comunidade LGBT.

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso informou que instaurou uma investigação para apurar as declarações do Padre Müller. Leia a nota encaminhada à imprensa:

“O Ministério Público Estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos Humanos e Diversidades, repudia qualquer tipo de discurso de ódio. Reitera que as declarações efetuadas pelo padre extrapolaram a liberdade religiosa e que podem até mesmo resultar na propositura de medidas extrajudiciais, de ação civil pública por dano moral coletivo causado à sociedade, bem como ação penal, por eventual crime cometido.

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