Raphaela Leal, moradora de Santa Catarina, teve uma surpresa chocante após uma compra recente em uma boutique e não hesitou em compartilhar sua experiência no TikTok, onde logo viralizou.
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A história começou quando Raphaela decidiu se presentear com um conjunto de blazer e saia rosa, que custou nada menos que R$ 469,90 em uma loja na cidade de Itapema (SC).
No entanto, ao chegar em casa e olhar com mais atenção, percebeu uma etiqueta com um QR Code nas peças. A grande revelação veio: as peças eram da Shein – o famoso site de vendas online chinês.
Em um vídeo que já contabiliza mais de 1,8 milhão de visualizações, Raphaela desabafou:
“Comprei um conjunto numa loja de Itapema, renomada, fui olhar a etiqueta porque gostei e queria comprar mais nessa loja. E a etiqueta é da Shein, gente. Se eu quisesse comprar roupa da Shein, eu comprava na Shein”.
A surpresa aumentou quando Raphaela descobriu que o mesmo conjunto estava à venda no site da Shein por R$ 146,99, ou seja, um valor quase três vezes menor.
Depois do estouro do vídeo na internet, ela devolveu o conjunto à loja, recebeu o reembolso e adquiriu o mesmo conjunto diretamente da Shein, aproveitando para gravar um vídeo usando as novas peças.
Diante da repercussão, as proprietárias da loja Duguess, de onde Raphaela adquiriu o conjunto originalmente, decidiram se manifestar por meio do Instagram.
Duda Cadori, uma das donas, disse no vídeo: “Isso também nos pegou de surpresa, porque fazemos todas as nossas compras em São Paulo. Quem compra no Brás sabe que há importações da China. E nós não tiramos as etiquetas originais”.
Sabrina Souza, também proprietária, completou: “Poderíamos ter cortado a etiqueta se quiséssemos agir de má fé, mas nunca fizemos isso”.
Dada a polêmica, o Procon-SP foi consultado e esclareceu:
“Não há irregularidade na revenda de produtos, desde que as informações estejam corretas quanto à origem da mercadoria e o consumidor não tenha sido privado do acesso a elas, incluindo a etiqueta do produto no ato da compra. Haveria irregularidade se houvesse ocultação ou adulteração da marca, das etiquetas ou de outras informações que induzissem o consumidor a erro”.
Quanto à questão do preço, o órgão salientou que “não há tabelamento de preço no país sobre valores cobrados e margem de lucro”.
Confira o vídeo de Raphaela que viralizou no TikTok:
@raphalealribas O dia que quis comprar uma roupa melhor, de marca numa loja renomada aqui na minha cidade, quando chego em casa e me deparo com a etiqueta q era da shein 🤡. NOVO MEDO DESBLOQUEADO! Lembrando que Shein é varejo nao é atacado e é completamente proibido vender Shein! #tiktokbrasil #tiktokbr ♬ som original – Raphaela Leal
No mundo do varejo, há dois conceitos fundamentais que todo cliente e lojista devem ter em mente: rastreabilidade e transparência, segundo matéria da site ‘Pequenas Empresas Grandes Negócios’.
Adriano Gomes, professor da ESPM e sócio-diretor da Méthode Consultoria, usou o caso da catarinense Raphaela Leal, que viralizou no TikTok, para ilustrar a diferença e a importância desses dois conceitos.
Raphaela comprou um conjunto de blazer e saia em uma loja local e descobriu, através de um QR Code na etiqueta, que a roupa era da Shein, varejista online chinesa, e estava à venda por um valor quase três vezes menor.
Este é um exemplo claro de rastreabilidade bem-sucedida. Raphaela conseguiu rastrear a origem do produto que comprou, ou seja, obteve acesso às informações sobre onde o item foi produzido.
O problema, explica Adriano Gomes, “é na questão da transparência. O cliente não pode ter a impressão de que foi enganado depois da compra“.
Transparência é mais do que apenas saber de onde vem o produto. É sobre ter todas as informações claras e precisas para que possamos fazer uma escolha consciente.
O caso de Raphaela destaca a importância da transparência na relação entre o varejista e o cliente. Lição valiosa para ações de marketing de relacionamento: É fundamental que os lojistas informem claramente a origem dos produtos, permitindo que os clientes façam uma escolha consciente e informada.
Veja abaixo uma captura de tela do conjunto vendido pela Shein:
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Escândalo da Shein: loja é denunciada por trabalho análogo à escravidão
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