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Pais de vítimas saem da creche inconsoláveis: ‘só sobrou a mochila’

Quatro crianças entre 4 e 7 anos foram assassinadas em uma escolinha em Blumenau (SC)

Foto: Reprodução/NSC TV

O massacre ocorrido na manhã desta quarta-feira (5) em uma creche em Blumenau (SP), que deixou quatro crianças mortas, continua repercutindo muito em todo o Brasil.

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Três meninos e uma menina, de 4 a 7 anos, perderam a vida depois que um homem de 25 anos pulou o muro da escola Cantinho Bom Pastor armado com uma machadinha e as atingiu covardemente na cabeça. Outras cinco crianças ficaram feridas.

Depois da cena de horror, o assassino foi até o Batalhão da Polícia Militar e se entregou.

No decorrer da manhã do mesmo dia, os pais das crianças foram sendo informados sobre o ataque e familiares se aglomeraram na frente da creche, com pessoas desesperadas buscando informações sobre os filhos.

O pai de um dos meninos mortos durante o ataque foi visto chorando e carregando o material escolar da criança. Só sobrou a mochila do meu filho“, disse ele, em prantos.

Este homem saiu, então, para o Instituto Médico Legal (IML), para onde os corpos das quatro vítimas foram levados depois do ataque.

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Bruno Bride, pai de Bernardo Machado (de 5 anos), concedeu entrevista aos jornalistas.

“Agradeço a Deus todos os momentos que vivi com o meu filho. A partir de hoje a memória dele vai ser honrada no meu coração”, afirmou ele.

Questionado sobre um momento bom vivido com o filho, ele comentou que, na manhã desta quarta-feira (5), os dois haviam ido para a creche dando pulos imitando um coelhinho“.

Veja um trecho da entrevista com o pai de uma das vítimas:

 

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Quantos outros anjos a gente vai perder ainda?, questionou a empresária Janaina de Oliveira Tavares. O sobrinho do irmão dela foi uma das vítimas.

Menina sobrevivente está traumatizada

O vidraceiro Henrique Araújo, de 31 anos, contou que a filha dele, de apenas 4 anos, estava no parquinho da creche no momento do massacre.

“Ela relatou que viu o moço de capacete rosa pular o muro com um martelo e uma faca na mão e chamou a professora”, disse Araújo ao ‘Estadão’. O ‘martelo’ a que a criança se referiu foi a machadinha usada pelo agressor para atingir os alunos.

Segundo relato da menina, ela viu o homem bater com a arma na cabeça de um coleguinha, Enzo, que foi morto durante o ataque. Ela só chora em casa. Para essas crianças voltarem para a escola vai ser complicado”, contou o pai.

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Segundo a polícia, haviam 40 crianças na creche Cantinho Bom Pastor no momento do ataque.

“O autor pulou o muro armado com uma arma branca, do tipo machadinha, e desferiu golpes nas crianças, especialmente na região da cabeça, o que levou ao óbito dessas crianças”, descreveu o tenente-coronel Diogo de Souza Clarindo.

Após a tragédia, que se tornou mais uma em meio aos ataques a escolas que têm se multiplicado no Brasil nos últimos tempos, a direção da escola (que atende crianças de 0 a 12 anos) emitiu uma nota. Leia:

Estamos desolados com a tragédia ocorrida no dia de hoje no nosso ambiente escolar, sofrendo terrivelmente e sentindo as dores que afetam cada criança, familiar, amigo. Ainda estamos tentando entender o ocorrido, que atinge o que nos é mais sagrado: a integridade de nossas crianças, que sempre foram aqui recebidas com amor e carinho“.

Duas das vítimas foram Enzo Marchesin Barbosa, de 4 anos, e Bernardo Machado, de 5 anos:

Vítimas - creche Blumenau
Fotos: Reprodução

As outras duas crianças mortas foram Larissa Maia Toldo, 7 anos, e Bernardo Pabest, de 4 anos:

Vítimas - ataque creche Blumenau
Fotos: Reprodução

‘Momentos de terror’, relata professora da creche

A professora Maria Célia Bezerra de Souza, de 56 anos, presenciou o ataque à creche Cantinho Bom Pastor.

Ela nasceu em Ilhéus, no sul da Bahia, mas mora em Santa Catarina desde janeiro de 2020. Trabalhando na escola, nunca imaginou que passaria pelo pesadelo que foi a manhã desta quarta-feira (5).

Em um áudio enviado ao irmão em um aplicativo de mensagens, Maria Célia contou o que viveu e pediu por mais segurança nas escolas do país.

“Nós tivemos momentos de terror, queríamos ter salvado todas as crianças. Foi muito horrível ver aquela criatura horrível pulando o muro da escola e vir em direção das crianças para atacá-las, disse a professora ao portal ‘G1’.

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A gente puxava uma, puxava outra. Foi muito terrível, lutamos para salvar todas, mas não conseguimos salvar quatro”, lamentou ela.

“Quatro nós conseguimos salvar e foram encaminhadas para a cirurgia, passam bem. Não conseguimos salvar outras quatro. Foram momentos de terror, de desespero. As escolas precisam de proteção“, afirmou a professora.

Professora
Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Ataque com machadinha em creche particular deixa quatro crianças mortas

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