A atriz Paolla Oliveira, que foi vítima de um vazamento de fotos íntimas recentemente, falou a respeito de crimes virtuais e o ambiente de ódio na internet, sobretudo do ponto de vista feminino, durante o Fórum Fale Sem Medo, promovido pelo Instituto Avon em São Paulo.
“Tem uma frase que eu gosto, que é: ‘Não lute com um porco, porque os dois vão se sujar, mas tem uma única diferença: o porco gosta. Não faça quem tá te sujando gostar mais do que você'”, disse, usando uma metáfora para refletir sobre o ódio online.
Paolla deu a explicação um pouco antes: “Muitas pesquisas dizem que quanto mais você revida o agressor, mais força esse agressor ganha. Então, que em primeiro lugar a gente use o mesmo ambiente que muitas vezes é usado para espalhar o ódio, para espalhar o amor.
Em outro momento, comentou: “O crime é separado. [Tem] o que pode ser punido com autoridades, como o racismo, assédio. Mas existe o pequeno crime, que nós estamos expostos todos os dias, e que não tem uma punição pra isso, não está em leis. É a pequena agressão de todo dia, agressividade com palavras, não respeitar a opinião”.
Paolla também ressaltou que vivemos “tempos de intolerância e de falta de respeito”, e que considera a internet um território onde “agressores ‘se vestem’ de opinião e ficam fortes por não ter um rosto e acharem que não vão ser pegos. [Mas] são agressores reais.”
“Quem tá por trás de um computador é uma pessoa, e a gente não pode esquecer disso. Quando uma pessoa fala, a gente tem que entender que parte da responsabilidade é nossa, de aceitar a agressão, e parte é do outro”, prosseguiu.
“A gente tem que ressignificar o que é isso, o que de tão importante essa pessoa do outro lado, sem rosto, pode estar falando, querendo [nos] diminuir pra fazer a gente ter vergonha, pra fazer a gente revidar o agressor”, complementou, destacando o problema do anonimato na web.
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