Em ação inédita, um Papai Noel preto e caracterizado como Pai de Santo distribuiu kits com máscaras, produtos de higiene, cestas básicas e, claro, presentes.
A iniciativa, que beneficiou ao menos 300 famílias em Sepetiba (RJ) no último sábado (19), é do Instituto Onikoja, que defende a cultura religiosa afro-brasileira e busca valorizar os terreiros de Umbanda e Candomblé.
Os idealizadores do evento esperavam cimentar os laços de pertencimento da crianças que frequentam terreiros.
O Coletivo Terreiro Sustentável e o instituto Obra Nossa são parceiros do Instituto Onikoja na iniciativa, que acontece no terreiro Humpame Kuban Bewa Lemim, sede do Onikoja, em Sepetiba.
A ação é uma releitura do Kwanzaa, comemoração de caráter interreligioso comum nas comunidades afroamericanas e entre negros da diáspora africana.
A Kwanzaa era uma celebração, “uma festa da vitória da vida contra a morte; da luz contra as trevas; da colheita farta que garantia a continuidade da tribo contra a ameaça da fome e do extermínio”.
Durante a entrega dos kits, foram passadas informações sobre a cerimônia do Kwanzaa para as lideranças dessas comunidades, assim como sobre a importância de reflexão e propagação de personagens simbólicos da cultura africana.
A entrega foi feita por um homem negro com vestes estilizadas numa alusão ao Orixá Oxalá dos nagôs, ao Vodun Olissa do povo Fon ou ao Inkise Lemba do povo Banto que, em qualquer uma dessas tradições, configura um ícone máximo da paz entre os povos.
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