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Pastor se recusa a batizar jovem negra ao dizer: ‘cabelo crespo não é de crente’

Grupo de amigos se indignou com a situação e protagonizou protesto pacífico na Assembleia de Deus

Um caso ocorrido no último dia 11 de dezembro na cidade de Jacobina, no estado da Bahia, está indignando internautas em todo o Brasil. Um pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus se recusou a batizar uma jovem negra de 16 anos que era frequentadora da instituição. De acordo com informações da revista ‘Marie Claire’, ele teria dito que o cabelo crespo da moça “não é de crente”.

Na ocasião, a adolescente participava de um curso na instituição quando a palestrante elogiou seu cabelo. Em seguida, o pastor começou a atacá-la verbalmente. Martha Miranda, amiga da adolescente, conversou com a ‘Marie Claire’ e contou mais detalhes da história.

“Tinha uma palestrante no evento que a elogiou. Nesse momento, o pastor disse que ela não poderia ser batizada com esse cabelo no microfone, ficando constrangida”, revelou.

Martha conta que reuniu um grupo de amigos para um protesto pacífico dentro da igreja, realizado no dia 15. “Fizemos um chamado pelas redes sociais e os fiéis já estavam cientes que iríamos. Entramos no meio culto e ficamos lá, de maneira silenciosa, porém presente. Assim que acabou, muitas pessoas vieram falar com a gente, pedindo desculpas pela situação e afirmando que o Deus deles não liga para o cabelo”, disse.

Com a repercussão do caso, o pastor convidou a jovem e sua família para uma reunião. “Ele a chamou para assinar o formulário de batismo nessa reunião, mas citou que ela deveria mudar um pouco o cabelo. Em nenhum momento, pediu desculpas pelo ato racista. Disse que poderia batizá-la se ela arrumasse o cabelo. Segundo ele, cabelo crespo não é de crente. Ela acabou desistindo do batismo afirmando que não há esse pedido para mulheres com os fios lisos”, contou.

Outros atos racistas

Por ser menor de idade, a identidade da adolescente foi preservada, mas ela também conversou com a revista ‘Marie Claire’. Ela revelou que já havia sofrido outros atos considerados racistas dentro da igreja e que não frequentará mais a instituição.

“Saí porque não dá mais para mim. Não foi o primeiro caso de racismo comigo. Neste ano, ele disse que meu cabelo não era compatível com o evangelho durante a oficialização de um grupo de coreografia. Agora descobri que o pastor e os fieis que o seguem estão organizando um protesto contra mim. O dano que ele me causou é real. Estou bastante chateada e desapontada, porém não surpreendida”, disse ela.

Veja também:
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