Um caso bizarro, pra dizer o mínimo, aconteceu na última semana no estado de Goiás. Uma perita criminal planejou um atentado a tiros contra si mesma. O motivo só piora a história: para forçar a Polícia Civil a aceitar a transferência dela para outra cidade.
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A perita criminal Káthia Mendes de Magalhães, de 40 anos, foi baleada no peito na última quinta-feira (10) enquanto dirigia na rodovia GO-231, na cidade de Caldas Novas (GO).
Ela foi socorrida e levada ao hospital, onde passou por uma cirurgia para retirada da bala.
Káthia chegou a gravar um vídeo agradecendo às pessoas pela preocupação e dizendo que iria ficar tudo bem.
“Apesar do que aconteceu, estou bem. […] Estou fora de risco, estou estável. Vou fazer mais alguns exames, mas agradeço demais a preocupação de todo mundo, o carinho…Estou recebendo as mensagens. Daqui a pouco estou de volta. Obrigada“, disse a perita Káthia no vídeo gravado na última sexta- feira (11) antes de assumir o crime.
Confira o vídeo:
Perita criminal confessa
Depois, com o andamento das investigações, a própria perita criminal admitiu ter forjado o atentado para forçar os superiores a transferirem ela para trabalhar em outra cidade.
No sábado (12), as autoridades concluíram que o atentado foi planejado pela própria Káthia.
“Ela falou que simulou esse atentado para poder ser transferida para uma unidade melhor. Uma coisa totalmente absurda”, explicou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Sidney Miranda, durante uma coletiva de imprensa.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, Káthia Mendes de Magalhães já vinha tentando conseguir alguém para realizar o atentado contra ela mesma há cerca de 1 mês.
Foi só agora que ela conseguiu convencer um ex-servidor da prefeitura municipal a pegar a arma e atirar contra a perita.
“Uma testemunha disse que há um mês ela já estava procurando pessoas para fazer o disparo. Ela conseguiu esse rapaz. Ela forneceu o acesso ao local que estava armazenado armas para serem periciadas”, afirmou o secretário.
Ele esclareceu, ainda, que o caso foi bem pensado. A perita escolheu um lugar com pouca iluminação e a arma foi preparada para causar apenas ferimentos leves em Káthia e, é claro, não matá-la.
“Parece que a munição foi preparada. Só tinha uma munição na arma e parece que tinha um pouco menos de pólvora que o normal. Ela já estava pensando no grau da lesão”, contou Miranda.
A Polícia Científica disse em nota que “de forma alguma coaduna com condutas desta natureza“.
A perita e o ex-servidor responderão por seus atos – no âmbito criminal e da Corregedoria de Polícia também, com penas que podem passar de 12 anos. Além da possível perda do cargo por parte de Káthia – vaga que ocupa há cerca de 11 anos, conquistada através de concurso.
“Ela vai ser indiciada por diversos crimes, vai responder a um processo disciplinar e, se tudo fechar, deve ser denunciada, condenada e demitida“, explicou Sidney.
Ela já foi indiciada por fraude processual, peculato e porte ilegal de arma de fogo. Além disso, já foi afastada da função.
Quem é a perita que forjou atentado contra si mesma?
Nascida em Anápolis (GO), Káthia Mendes de Magalhães tem 40 anos e uma carreira de quase 17 anos na Segurança Pública de Goiás. Nas redes sociais, que agora estão desativadas, ela se definia como “perita criminal, bióloga e mãe“.
Formada em Biologia, ela atuava como professora quando passou no concurso público e assumiu o cargo de escrivã em 2005.
Káthia trabalhou em sua cidade natal até o ano de 2017, quando se tornou perita criminal e foi enviada para trabalhar em Caldas Novas – de onde queria ser transferida. Ela queria, justamente, voltar para perto da família em Anápolis.
A profissional era chefe da Polícia Científica em Caldas Novas e coordenava perícias criminais em 11 cidades: Corumbaíba, Cristianópolis, Marzagão, Orizona, Palmelo, Pires do Rio, Rio Quente, Santa Cruz de Goiás e São Miguel do Passa Quatro.
Káthia ficou em evidência na mídia nos últimos tempos, pois foi a porta-voz do caso da morte de Davi Lucas, de 8 anos, que despencou de um toboágua em manutenção em um parque aquático também em Caldas Novas, no último dia 13 de fevereiro.
O salário líquido de Káthia Mendes de Magalhães era de cerca de R$ 10 mil, contudo, a perita estava insatisfeita com a remuneração há mais de um ano e já vinha fazendo certas movimentações na tentativa de conseguir o reajuste no salário de sua categoria.
Em 2020, por exemplo, Káthia Mendes e outros dois colegas entraram com uma ação na Justiça para conseguir um aumento de 20% no salário. Eles citavam uma perda salarial que teria ocorrido na época da criação do Plano Real, em 1994.
O Ministério Público e o Tribunal de Justiça de Goiás negaram o aumento, pois consideraram a argumentação frágil.
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