Mais um caso inaceitável de racismo foi registrado no último fim de semana no Rio de Janeiro. Um pintor foi espancado após ter sido confundido com um bandido em um bar de São Gonçalo, na região metropolitana da cidade, no sábado (7).
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Wellington Conceição da Silva disse que alguns homens chegaram o agredindo com socos, chutes e pontapés, o tratando como um bandido. A cena foi filmada pelo dono do bar e compartilhada nas redes sociais.
Nas imagens, o pintor aparece sentado na calçada, com o olho roxo, ensanguentado enquanto continua apanhando injustamente.
“Eu lembro que eles me pegaram e me bateram muito. O tempo todo falando que eu tinha roubado. Eu falei que não tinha roubado nada. Vocês viram no vídeo, estava todo ensanguentado. E eu disse: ‘Vocês podem me matar aqui, mas eu não peguei nada, vocês podem me revistar‘”, disse Wellington em entrevista ao portal ‘G1’.
O pintor disse que sempre trabalhou e nunca teve passagem pela polícia, mas para ele a confusão aconteceu por conta da cor de sua pele.
“Eu sinto medo e vergonha de sair de casa. Até hoje o vídeo fica na minha cabeça. Toda hora eu lembro disso: quando eu vou dormir, quando eu vou comer, beber uma água, eu lembro da imagem, em que eu sou escorraçado por esses caras, que pensam que estavam fazendo justiça. Não sei qual a justiça que eles estavam querendo fazer”, declarou o pintor.
Veja o vídeo que se espalhou nas redes sociais:
Pintor é agredido após ser confundido com um bandido em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. O caso foi registrado na 73ª DP (Neves) como lesão corporal e as investigações estão em andamento.
Crédito: Rede Social#SãoGonçalo #ODia pic.twitter.com/bb3EtAsOHP— Jornal O Dia (@jornalodia) January 12, 2023
Wellington pai de duas meninas e relatou em entrevista que, depois do ocorrido, realmente não tem vontade de sair de casa – tamanha vergonha e humilhação ele passou.
“Wellington foi confundido com um ladrão pelo simples fato de ser negro. Espancado com socos e pontapés, arrastado pela rua para confessar um crime que ele não cometeu”, disse a advogada dele, Rejane Ferreira.
O caso foi registrado na 73ª Delegacia de Polícia (Neves). Após o exame de corpo de delito, as agressões sofridas foram comprovadas. “Se eu roubei, cadê a vítima? Cadê o furto, o material que foi roubado? Não tem nada”, declarou ele.
Os seguranças e outros agressores serão identificados. O proprietário do bar foi intimado a depor. Segundo a Polícia, os acusados responderão por Lesão Corporal e Injúria.
“Se não fossem os meus amigos e familiares falando para sair de casa, para não deixar assim, para correr atrás disso, falando que: ‘Todo mundo que te conhece sabe que você não é ladrão’. Eu não iria sair de casa se não fossem eles”, declarou Wellington ao ‘G1’.
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