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Policial que beijou namorado em formatura recebe ameaças: ‘fiquei com muito medo’

Soldado Henrique Harrison será ouvido pela Corregedoria-Geral da PM; caso já investigado pelo MPDFT

Henrique Harrison, soldado da Polícia Militar do Distrito Federal, será ouvido pela Corregedoria-Geral da corporação nesta quinta-feira (20). O motivo é que o policial foi alvo de ataques homofóbicos e até ameaças de morte por parte de colegas após divulgar uma foto em que beija o namorado durante sua formatura. As informações são do jornal ‘Metrópoles’.

A imagem foi divulgada em janeiro de 2020 e logo foi alvo de críticas e comentários negativos por outros policiais e até mesmo do deputado distrital Hermeto (MDB). O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu uma investigação para apurar o caso.

Essa é a primeira vez que Corregedoria-Geral da polícia irá ouvir um militar na condição de vítima.

Em entrevista para o ‘Metrópoles’, Harrison disse que passou a sofrer preconceito após a divulgação da imagem e que foi tomado por uma sensação de insegurança e medo desde então.

“Fiquei com muito medo, até recebi ameaça de morte em um dos áudios. Sentimento na época foi de muita insegurança. Não sabia onde eu ia trabalhar, com quem eu ia trabalhar. Fui vítima de piadas, fiquei com muito medo. Tive que sair de todos os grupos de WhatsApp que fazia parte”, afirmou.

Apesar disso, o policial notou que essa era a chance de combater o preconceito que ainda existe dentro da polícia e que outros militares homossexuais o procuraram.

“Vi que era uma causa que tinha que abraçar. Todo e qualquer tipo de carinho e afeto é permitido em nossa formatura. Muitos gays me procuraram após o episódio. São policiais que não postam foto com marido, com esposa, que não levam ninguém nas reuniões. Justamente pelo medo do preconceito”, afirmou.

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“É algo que está mudando, a cultura está mudando. Claro que não dá para generalizar. Mas, para mim, não basta ser igual aos outros: preciso me preocupar muito mais com as coisas que faço ou deixo de fazer, tudo para evitar condutas discriminatórias dos outros”, completou.

Harrison disse que conseguiu um apoio importante: do comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar do Distrito Federal, onde está lotado.

“Preciso ressaltar que o major Kotama [comandante do Batalhão] sempre foi muito correto comigo. Me chamou para conversar e disse que poderia contar com ele. Sou muito grato a ele por isso”, concluiu.

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