O apresentador Ratinho afirmou que só possui um arrependimento ao longo de sua carreira na televisão em entrevista ao ‘Poder em Foco’, do SBT, que foi ao ar no último domingo (9).
“Me arrependi de ter me metido no sequestro do Zezé Di Camargo e Luciano. A única coisa que me arrependi na televisão até hoje foi isso”, contou.
Segundo ele, não resistiu a se envolver na história pois tinha conhecimento do grupo criminoso: “Como eu era repórter policial, a quadrilha que estava com o irmão deles, eu conhecia. Eu sabia que eles iam fazer coisa ruim com o menino. Tinha certeza absoluta que eles iam executar o menino pela fama da família.”
“Na verdade foi medo, me meti por medo. Falei: ‘Vamos pagar esse resgate pra não deixar acontecer nada com o menino, vamos nos juntar'”, relembra o apresentador, que admite: “Era o trabalho da polícia, não era meu. Eu tava errado.”
O sequestro
Em março de 1999, Wellington, irmão dos cantores Zezé Di Camargo e Luciano, estava em cativeiro há quase três meses, em caso que gerou comoção nacional. Ministros como Renan Calheiros (Justiça) e Pimenta da Veiga (Comunicações) chegaram a tentar auxiliar o desfecho do caso.
Quando a família estava prestes a convencer os sequestradores a baixar o valor pedido pelo resgate de 3 milhões de dólares para 300 mil, Ratinho usou seu programa para pedir por uma campanha de arrecadação de fundos para o resgate.
Os autores do sequestro, então, voltaram a estipular valores mais altos, o que deixou Zezé inconformado. Segundo ele, um dos bandidos teria dito que não falaria mais com eles: “Vamos negociar com o Ratinho, que tem um coração melhor que o de vocês.”
“Eu digo que o Ratinho foi infeliz na declaração dele, prejudicando a negociação e fazendo com que os sequestradores realimentassem a esperança de ter aquele dinheiro que já tinham perdido a esperança de receber”, afirmou Zezé na ocasião.
Ratinho, por sua vez, tinha uma postura não tão compreensiva quanto a de hoje: “O meu programa é ao vivo; não sou advogado nem me lembrei que não pode mais esse 0900 [número de telefone para a campanha], senão não teria nem tocado no assunto.”
“Não se pode querer jogar toda essa história do sequestro em cima de um programa de televisão, […] não sequestrei ninguém […] se errei, o erro foi involuntário”, concluía.
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