Durante entrevista ao programa Conversa Com Bial, na Globo, Marcius Melhem, um dos roteiristas do ‘Zorra’ e ‘Tá no Ar’, e o ex-diretor do ‘Casseta & Planeta, Urgente!’, José Lavigne, compararam o humor político que era feito antigamente com o atual. Ambos relataram nesta quarta-feira (22) que é muito desafiador fazer sátiras no século 21.
“Gravamos um episódio do ‘Zorra’ em Brasília e não tivemos acesso a nada. Eles pediram o texto com as piadas para aprovação e a gente não mandou”, contou Melhem. Segundo o artista, o Congresso monitora o trabalho daqueles que fazem humor: “A gente coloca lente de aumento nos fatos de interesse público e ajuda, de forma menos dura, a enxergar a realidade”.
José Lavigne dirigiu um dos programas humorísticos mais ácidos, depois do TV Pirata, nos anos 90. Ele lembra que os políticos faziam fila para serem entrevistados no Casseta: “Nas sátiras, a gente só não podia falar o nome real, então, Itamar Franco virava Devagar Franco, e o Collor, Cheirando Collor de Mello”.
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Em 2009, um dispositivo da lei eleitoral proibiu sátiras políticas a três meses das eleições. Marcius Melhem, Fábio Porchat e Bruno Mazzeo conversaram com o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo.
O veto foi derrubado pelo STF em 21 de junho deste ano. “É muito louco que você não possa falar de política em ano de eleição. O que a classe política vem fazendo é tomar controle da narrativa eleitoral”, enfatiza Melhem.
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