Uma tragédia aconteceu na periferia de São Vicente, litoral de São Paulo. A diarista Angélica Rodrigues, de 26 anos, morreu na quarta-feira (6) após ter 85% do corpo queimado ao tentar cozinhar com álcool – ela não tinha dinheiro para comprar um botijão de gás.
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Segundo a família, Angélica ficou sem emprego durante a pandemia e não tinha condição para bancar o gás, principalmente depois do aumento de 23,2% que este produto sofreu nos últimos 12 meses no Brasil.
Nos últimos meses, um botijão chegou a custar em média R$ 112,54, a depender do estado e/ou cidade.
O acidente aconteceu na comunidade do Parque Bitaru, em São Vicente. Angélica Rodrigues foi levada ao hospital em estado grave e passou 15 dias recebendo tratamento na unidade de saúde local.
Silvia Regina dos Santos, mãe de Angélica, contou em entrevista que a filha é vítima de uma situação financeira desesperadora que os brasileiros estão enfrentando hoje no país.
“Ela pegava uma lata de sardinha e colocava o álcool, usando como espiriteira. Punha fogo e a panela em cima. No dia do acidente, ela pensou que a chama do potinho tinha apagado e virou o galão de álcool, mas o fogo subiu para o galão. Ela se assustou, sacudiu o galão, e o fogo acabou se espalhando no corpo todo“, contou Silvia em entrevista ao portal ‘Uol’.
“Se a Angélica tivesse condições de comprar um botijão de gás, isso não teria acontecido. Tenho 43 anos e nunca na vida enfrentamos uma situação financeira tão difícil. Ela contou que estava comendo só arroz e macarrão instantâneo todo dia. Era o que o dinheiro dava para comprar”, afirmou a mãe da jovem que perdeu a vida aos 26 anos.
Sem botijão de gás
Ainda de acordo com relato de Silvia, a filha enfrentou uma “verdadeira batalha” para ter atendimento médico de qualidade nas unidades de saúde.
A família não foi informada sobre a internação de Angélica Rodrigues. A mãe ficou sabendo apenas 1 semana depois da entrada dela no hospital, através das redes sociais.
“Ela [Angélica] teve que vender o celular para comprar comida e fiquei um tempo sem falar com ela. Soube do que tinha acontecido quando me avisaram de um post que ela conseguiu fazer no Facebook, com um celular que conseguiu emprestado no quarto onde ela estava internada”, disse.
Ao chegar ao hospital, Silvia não foi permitida a entrar para ver a filha. “Ela gritava muito, dava para ouvir os gritos dela da recepção do hospital, no andar térreo”, lembra a mãe.
Depois de muito custo, ela conseguiu invadir o quarto da filha no hospital: “Meu coração quase parou. O sofrimento dela eu não desejo para ninguém. Como podem ter deixado ela tanto tempo sem atendimento adequado? Isso é desumano”, disse ao ‘Uol’.
A situação de saúde de Angélica era tão grave que mesmo sendo transferida para o Hospital Geral Vila Penteado, no Jardim Iracema, em São Paulo, que é referência no tratamento a queimados, Angélica não sobreviveu.
“O caso era gravíssimo e, mesmo sendo encaminhada para o Hospital Vila Penteado, uma das maiores referências para queimados do Estado, a paciente não resistiu aos ferimentos e faleceu“, afirmou a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, em nota.
Angélica Rodrigues foi sepultada no domingo (10) no cemitério da Praia Grande.
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