Maysa Vilela
A história do submarino Titan continua despertando curiosidade em milhões de pessoas no mundo todo.
Nesta quinta-feira (22), o mundo descobriu que destroços do submersível foram encontrados no oceano após ele ter implodido durante uma jornada rumo aos destroços do lendário navio Titanic.
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Diante disso, a Guarda Costeira dos Estados Unidos, que foi a líder das buscas, informou que os robôs, enviados na operação, vão permanecer no leito marinho para coletar mais dados e tentar elucidar o que realmente aconteceu.
Porém, um elemento ainda não está definido: Será que os corpos dos tripulantes serão resgatados? Dado o tipo de acidente e as adversidades do fundo do oceano, ainda não há uma resposta certa para essa questão.
Quem fez essa revelação durante uma entrevista coletiva foi o almirante John Mauger. “Não tenho uma resposta“, ele confessou quando questionado sobre o destino dos corpos, fazendo referência ao ambiente “inclemente” no fundo do mar.
A cena da tragédia se encontra aproximadamente a 500 metros de distância do Titanic e em um ponto ainda mais profundo, cerca de 4.000 metros abaixo da superfície do mar. Imagine: naquela profundidade, a pressão é imensa, tornando a situação super arriscada para mergulhadores.
A visibilidade também não é das melhores, afinal, a luz do sol não atinge essas profundezas e os sedimentos em suspensão dificultam ainda mais o uso de luzes artificiais.
Encontrar os corpos nessas circunstâncias é uma tarefa extremamente complicada. Para piorar, as correntes marinhas podem ter deslocado os corpos, o que aumenta a dificuldade.
A implosão do submarino Titan
A OceanGate, empresa responsável pela expedição, confirmou a triste notícia: Os cinco tripulantes do submarino, que estavam numa expedição turística aos destroços do Titanic, não resistiram.
O submarino desapareceu no domingo, dia 18, e os destroços só foram encontrados na quinta-feira, dia 22. Segundo a Guarda Costeira dos EUA, o veículo sofreu uma implosão.
Objetivo da expedição era visitar os destroços do Titanic, naufragado em 1912 no Oceano Atlântico. Mas onde estão os restos do Titanic? Estão a uma profundidade de cerca de 3,8 mil metros, distantes 650 km da costa canadense.
Quem organizou essa aventura e qual o custo? A organizadora foi a empresa de turismo marítimo OceanGate Expeditions, cobrando um valor de US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) por passageiro.
Quando o submarino sumiu? A expedição se iniciou na sexta-feira (16), partindo de Newsfoundland, no Canadá. A descida começou no domingo (18).
Contudo, a previsão era de cerca de duas horas de viagem até os destroços do Titanic, porém, a comunicação foi perdida depois de 1 hora e 45 minutos.
Como era o submarino? O Titan tinha 6,5 metros de comprimento por 3 metros de largura e pesava mais de 10 toneladas. Sua estrutura era feita de fibra de carbono e titânio, sendo guiado por um joystick similar a um controle de videogame.
Movia-se a uma velocidade de 5,5 km/h e podia carregar até cinco pessoas. Vale lembrar que ele não era autônomo, como um submarino de grande porte, por isso, teve que ser transportado na superfície do mar por 643 km até a região da descida.
Ex-passageiro fez 4 viagens
A trágica história do submarino envolve uma figura bastante conhecida, Mike Reiss, produtor dos Simpsons. O motivo?
Ele já esteve a bordo do submarino da OceanGate, a empresa responsável pelo recente acidente com o submersível Titan que, infelizmente, resultou na morte de cinco pessoas.
Reiss compartilhou suas experiências e revelou que, em quatro diferentes expedições realizadas pela OceanGate, o submarino chegou a perder contato com a superfície. Uma dessas viagens foi ao local do naufrágio do Titanic, enquanto as outras três foram realizadas na costa de Nova York.
“Toda vez eles perdiam a comunicação, isso parecia ser apenas algo embutido no sistema. Não culpo a OceanGate, mas culpo a profundidade. É difícil comunicar através daquilo”, desabafou Reiss em entrevista à ‘ABC News’.
Em um relato ao ‘The New York Times’, o produtor contou que, em uma das aventuras, o submarino da OceanGate foi desviado por correntes marinhas e acabou a 500 metros do ponto pretendido.
Porém, graças à equipe a bordo, o desvio foi rapidamente corrigido. E, apesar da presença de sanduíches dentro do submarino, a tensão do momento fazia com que ninguém tivesse apetite.
A história ganhou um tom ainda mais sombrio quando, na manhã de quinta-feira (22), destroços do submarino, incluindo a ponta em formato de cone do veículo, foram encontrados no fundo do oceano, cerca de 500 metros da proa do Titanic. A confirmação veio do contra-almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos EUA.
Paul Hankins, especialista em salvamento da Marinha dos EUA, disse: “Foi o primeiro indício de que houve um evento catastrófico“. Os destroços encontrados eram consistentes com a perda catastrófica da câmara de pressão no submersível.
Ao comunicar a imprensa, o contra-almirante John Mauger expressou: “Em nome da Guarda-costeira dos Estados Unidos e de todo o seu comando, ofereço minhas mais profundas condolências às famílias“. Ele afirmou também que as famílias foram imediatamente notificadas assim que a situação foi esclarecida.
Hankins confirmou que “cinco pedaços principais de detritos“, incluindo uma calota de vante e extremidades do casco resistente, foram identificados como partes do Titan. Para ele, a descoberta desses destroços indica um “evento catastrófico”.
Por fim, Hankins expressou a incerteza sobre a causa do acidente: “Ainda não se sabe como isso aconteceu (a implosão). As autoridades e o governo discutirão como/se essa investigação continuará daqui por diante”.
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