Na noite deste domingo (23), uma pequena parcela da torcida do Criciúma, em jogo contra a Chapecoense, desferiu gritos provocativos fazendo alusão ao acidente aéreo que deixou 71 mortos, incluindo jogadores, parte da comissão técnica e da diretoria do clube alviverde, no fim de 2016.
O Criciúma venceu a partida por 1 a 0, em casa, mas a Chape já havia garantido o título do segundo turno, batizado como Taça Sandro Pallaoro em homenagem ao presidente do clube morto na tragédia da Colômbia, e a vaga na final do Campeonato Catarinense.
Inicialmente, a torcida da Chapecoense cornetou os adversários. “Ão, ão, ão, segunda divisão”, entoaram no estádio do Criciúma. Em resposta, um pequeno grupo presente no estádio Heriberto Hülse desferiu: “ão ão ão, abastece o avião”. A atitude foi vaiada pelo restante da torcida do Criciúma, que também aplaudiu quando a Chapecoense levantou a taça.
Vídeos do episódio ganharam as redes sociais rapidamente.
Assista:
Torcedores do Criciúma hoje cantando "ão, ão, ão, abastece o avião" para a Chapecoense, em referência à tragédia ocorrida no final de 2016. pic.twitter.com/V3VHyLg0yr
— O Canto das Torcidas (@OCantoOficial) April 24, 2017
Em nota, a diretoria do Criciúma repudiou a atitude dos torcedores, identificados como membros de uma torcida organizada.
Confira a nota na íntegra:
“O Criciúma Esporte Clube não compactua e repudia a manifestação de torcedores ocorrida na noite deste domingo (24/04), no estádio Heriberto Hülse, durante a partida contra a Associação Chapecoense de Futebol, válida pela última rodada do returno do Campeonato Catarinense. Esse tipo de manifestação de um grupo de torcedores não expressa os princípios do Criciúma Esporte Clube e sua grande massa torcedora, que tem maior respeito não só em relação a Chapecoense, como todos os clubes catarinenses, brasileiros e do futebol mundial.”
Punição
Apesar das críticas, o Criciúma e sua torcida não serão processados pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina. De acordo com o órgão, não há artigo no Código Brasileiro de Justiça Desportiva que se adeque ao caso. Além disso, o TJD-SC defendeu a postura do clube em repudiar rapidamente as ofensas e enfatizou a participação de poucos torcedores no episódio.
Outro episódio
Essa não é a primeira vez que a tragédia envolvendo a Chapecoense é usada em gritos de torcidas. No início de abril, durante uma partida de handebol, torcedores do Porto provocaram a torcida do Benfica com o seguinte grito: “Quem dera, se o avião da Chapecoense fosse do Benfica”.
Os torcedores também foram filmados e, em nota, a Chapecoense criticou essa alusão ao acidente.
Leia a nota completa:
“A Associação Chapecoense de Futebol , em relação aos tristes acontecimentos ocorridos nesta semana em Portugal, quando uma parte da torcida do Clube do Porto, em disputa esportiva local, incitou o público presente, fazendo referência desairosa e ofensiva ao acidente do voo da Chapecoense, entoando canto agressivo e de desrespeito à memória dos mortos e do Clube, na lamentável tragédia ocorrida na Colômbia, manifesta-se com profundo pesar sobre tais fatos, que não são próprios de pessoas de bem e do meio esportivo”.
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