Maysa Vilela
A cidade de São João del Rei, localizada na Zona da Mata Mineira, a 190 km da capital Belo Horizonte, vive momentos de tensão. Três crianças morreram e outras quatro foram hospitalizadas após apresentarem sintomas preocupantes como dor de garganta, febre, vômitos e manchas.
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Segundo informações do jornal ‘Folha de S. Paulo’, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (Cievs) foi acionado para investigar a situação.
Há rumores de que a infecção pode ter sido causada pela bactéria Streptococcus pyogenes, responsável por doenças como faringite e escarlatina.
As fatalidades e internações se deram em datas separadas: 24 de setembro, 8 e 23 de outubro.
Duas das crianças que perderam suas vidas tinham 10 anos, enquanto uma tinha apenas 3 anos. Uma das crianças internadas já recebeu alta e as outras continuam sob observação médica.
Na última segunda-feira (23), a Secretaria Municipal de Saúde de São João del Rei comunicou que uma reunião com o Cievs havia acontecido para discutir uma situação enigmática.
“Há crianças apresentando sintomas de amigdalite, febre, vômito, manchas ou erupções na pele que passaram, em sua maioria, por avaliação médica na rede pública ou privada”, informou o comunicado.
No entanto, nesta quarta-feira (25), o governo municipal anunciou o fechamento das escolas públicas para ações de limpeza.
O retorno às aulas só ocorrerá em 5 de novembro. As escolas estaduais e particulares seguem com suas atividades normais.
Além disso, a prefeitura revelou a aquisição de 3.750 kits de teste rápido para identificar a presença de bactérias suspeitas no sistema de saúde local.
Exames complementares estão em curso na Fundação Ezequiel Dias (Funed) para esclarecer as causas das mortes.
O decreto municipal que determina o fechamento temporário das instituições de ensino justifica a medida citando a “memória ainda presente da pandemia de Covid-19” e a “importância de manter medidas de prevenção e proteção para a saúde da população, especialmente as crianças“.
Nivaldo José de Andrade, prefeito da cidade, expressou sua preocupação em vídeo divulgado nas redes sociais.
“A gente não sabe o que está acontecendo com as crianças. Se é um vírus, se é uma epidemia. É um inimigo nosso. Amanhã mandei fechar todas as escolas e estamos em reuniões com os médicos para saber qual o problema, mas ninguém sabe”, disse.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por sua vez, emitiu nota afirmando que “neste momento, não há critérios que comprovem surto ou risco à saúde da população de São João Del Rei, bem como nenhuma evidência epidemiológica que justifica a alteração da rotina das atividades da população, como paralisação nas escolas”.
A SES-MG também revelou que realizou uma capacitação técnica para profissionais de saúde da região, que contou com 122 participantes.
O objetivo foi orientar sobre detecção e tratamento oportuno de possíveis casos de infecção bacteriana.
A nota final da SES-MG ressalta que a população deve procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) caso apresente sintomas como febre e garganta inflamada e enfatiza a importância de recorrer a fontes oficiais de informação para evitar a disseminação de notícias falsas.
Enquanto as investigações continuam, a cidade afetada permanecem em estado de alerta.
A suspensão das aulas e as medidas de saúde emergenciais visam a proteção da população, principalmente das crianças, enquanto se busca entender a natureza exata desta possível ameaça à saúde pública.
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