Um famoso arranha-céu no coração da capital do Irã, Teerã, pegou fogo e, em seguida, desmoronou nessa quinta-feira (19). Pelo menos 30 bombeiros foram mortos.
O desastre no edifício Plasco foi transmitido ao vivo, sem querer, quando a televisão cobria o incêndio. Embora ainda não se sabe a causa do incêndio, as autoridades disseram que tinha sido avisado várias vezes que os inquilinos não bloqueassem as escadas com seus pertences e mercadoras que estavam nos andares superiores.
Bombeiros, soldados e outros socorristas cavaram entre os escombros até a noite para encontrar algum sobrevivente. Embora não se sabe quantas pessoas estavam dentro do edifício, testemunhas disseram que muitos se desviaram e ultrapassaram os cordões policiais de segurança, durante o incêndio, para voltar ao prédio e recuperar suas mercadorias e pertences.
“Pedimos … usando alto-falantes para evacuar o prédio, mas algumas pessoas diziam que tinham deixado seus documentos, cheques bancários, que toda a sua vida estava em suas lojas”, disse um dos bombeiros,
E Masoud Hosseini, uma testemunha, comentou: “Eu acho que, mais importava os seus pertences do que suas vidas. Os bombeiros então correram para trazê-los de volta e de repente o prédio desabou”.
Vítimas
As autoridades iranianas não têm nenhum número oficial, algo comum no decorrer de um desastre como esse. A televisão estatal iraniana Press TV informou a morte dos bombeiros. Uma estação de TV local relatou que 30 civis ficaram feridos, enquanto a agência de notícias estatal IRNA disse que 45 bombeiros ficaram ilesos.
O prefeito Mohammad Bagher Ghalibaf disse que mais de 20 corpos haviam sido retirados do fogo, já na quinta-feira à noite.
Os bombeiros lutaram desde a manhã por cerca de três horas contra as chamas antes que o edifício desabasse. O fogo parecia ser mais intenso nos pisos superiores. Era exatamente a parte do edifício que tinha oficinas têxteis, onde alfaiates faziam sua comida e usavam velhos aquecedores de querosene para se aquecerem no inverno.
Rapidez
O prédio desabou em segundos, como mostrou a TV estatal ao vivo, que tinha começado uma entrevista com um jornalista e mudou a câmera para a cena. Uma coluna densa de fumaça marrom levantou-se sobre os escombros. Testemunhas choravam de tristeza. “Deus não permita que qualquer coisa aconteça com os bombeiros que estavam lá”, disse o jornalista e, em seguida, também começou a chorar.
Dez batalhões inteiros de bombeiros trabalhavam no combate as chamas, afirmou Jalal Maleki, porta-voz do corpo de bombeiros. O Exército também colaborou enviando soldados para ajudar nas unidades de trabalho.
O edifício de 17 andares foi construído, na década de 60, pelo empresário judeu-iraniano Habib Elghanian e recebeu o nome de sua fábrica de plásticos “Plasco”. Naquele tempo, era o mais alto da capital. Funcionava atualmente como residencial e comercial.
Já na tarde de quinta-feira (19), havia a informação que o presidente Hassan Rohani ordenou ao ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, investigar o desastre. O incêndio foi o pior em Teerã desde outro incêndio, em 2005, que pôs fim a uma mesquita matando 59 fiéis e deixando 200 feridos.
Assista ao momento filmado ao vivo pela TV local:
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