O aplicativo de carona paga Uber está planejando lançar uma nova modalidade de serviço para mulheres no Brasil. Pelo menos é o que o indica uma nova pesquisa disparada pela companhia para suas usuárias.
As perguntas da pesquisa mostram que a companhia ainda está em fase inicial de desenvolvimento do serviço, ainda tentando medir o nível de preocupação das mulheres com casos de violência e assédio sexual em viagens feitas com o aplicativo.
Procurado, o Uber disse que “não comenta especulações”. O aplicativo de carona paga não possui, hoje, essa modalidade de serviço para mulheres em nenhum lugar do mundo, segundo apurado.
Na pesquisa online, a empresa começa questionando as usuárias do serviço se elas acreditam que as mulheres são mais vulneráveis a assédio sexual e se os motoristas do Uber tratam os passageiros homens e mulheres do mesmo jeito durante as viagens. A empresa pergunta, ainda, se as usuárias acreditam que homens e mulheres deveriam ser tratados da mesma forma pelos motoristas que dirigem pelo aplicativo.
Depois, a pesquisa foca na nova modalidade do serviço. O Uber pergunta se suas usuárias aprovariam ou desaprovariam uma nova modalidade do serviço que permita que passageiras solicitem apenas motoristas mulheres. A empresa também pergunta se as passageiras aprovariam uma modalidade em que mulheres seriam atendidas apenas por motoristas bem avaliados por outras mulheres, sendo homens ou mulheres.
A companhia tenta identificar em quais situações as usuárias prefeririam usar a nova modalidade (como à noite ou quando estiver acompanhada de crianças) e quanto tempo elas estariam dispostas a esperar a mais por motoristas bem avaliados por mulheres, em relação ao que costumam esperar normalmente.
O Uber aproveitou a enquete com as passageiras para pedir que elas selecionem como elas gostariam que o novo serviço fosse chamado. Entre as opções disponíveis estão UberFemme, UberMulher, UberWoman, UberHER, UberM, UberEla, UberW e ainda uma opção para que as pessoas questionadas sugiram outro nome.
Reação
A nova modalidade de serviço pode representar uma reação ao avanço dos aplicativos de transporte voltados exclusivamente para mulheres, que têm expandido suas operações no Brasil, em meio a um quadro de elevados números de violência contra a mulher em grandes cidades brasileiras. Entre os principais aplicativos que tem foco exclusivo em conectar motoristas e passageiras mulheres estão o Lady Driver e o FemiTaxi.
Há algum tempo, o aplicativo de transporte brasileiro 99 passou a contar com uma opção para chamar uma motorista mulher. Contudo, em testes da reportagem, o aplicativo em geral não encontra motoristas mulheres disponíveis à noite e em regiões mais afastadas do centro de São Paulo. O Cabify, outro aplicativo de transporte que atua no Brasil, não possui a opção de chamar uma motorista mulher.
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