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Útero artificial pode revolucionar a forma como bebês prematuros são tratados

Cientistas dizem que as pesquisas clínicas em bebês humanos podem começar daqui a dois anos

Só nos Estados Unidos, nascem por ano cerca de 30 mil bebês prematuros (Foto: Divulgação)

Cientistas norte-americanos desenvolveram um útero artificial que pode reduzir drasticamente a mortalidade e o índice de doenças em bebês prematuros. O objetivo é no futuro ajudar bebês que nasçam em um período crítico, entre 23 e 25 semanas, cerca de seis meses.

Através do experimento científico, o grupo, liderado por Alan Flake, do Hospital Infantil da Filadélfia, mostrou que é possível sustentar cordeiros extremamente prematuros em um útero artificial externo e recriar as condições necessárias para o desenvolvimento gestacional normal.

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Só nos Estados Unidos, nascem por ano cerca de 30 mil bebês prematuros (Foto: Divulgação)

De modo geral, eles foram tratados como fetos e não como recém-nascidos. O sistema desenvolvido pelos pesquisadores substituiu a função de uma incubadora. Nos testes, os animais conseguiram crescer dentro do dispositivo cheio de fluido amniótico desenvolvido em laboratório, que serve para alimentar o bebê. Eles foram sustentados por um período recorde de quatro semanas. Exames posteriores nos cordeiros indicaram desenvolvimento normal do cérebro, pulmões e outros órgãos.

Eles respiraram pelo cordão umbilical, como se estivessem no útero da mãe, com a ajuda de um oxigenador, que fez o papel da placenta. Como não existia nenhum sistema parecido, os pesquisadores montaram esse útero artificial com peças compradas até em lojas de material de construção.

(Foto: Children’s Hospital of Philadelphia/ Divulgação)
Sistema utilizado pelos pesquisadores norte-americanos (Foto: Children’s Hospital of Philadelphia/ Divulgação)

Segundos Flake, as pesquisas clínicas podem começar daqui a dois anos, mas com bebês humano. Porém, pode levar mais uma década até essa tecnologia ser realmente usada.

Os cientistas envolvidos na pesquisa enfatizam que mais trabalho precisa ser feito antes que seu sistema possa ser testado em bebês humanos. O modelo precisa ser diminuído, já que fetos humanos têm cerca de um terço do tamanho dos cordeiros.

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Além disso, Alan Flake defendeu que o intuito não é deixar bebês dentro de sacos em UTIs. Quando estiver pronto para o uso humano, o bebê seria colocado em uma uma câmara cheia de fluido amniótico. Como um útero normal, ela seria fechada do mundo externo. Para possibilitar um monitoramento, uma câmera especial de visão noturna seria instalada dentro do local, além de outros instrumentos para acompanhar os sinais vitais e outras medidas importantes para a saúde.

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