Em uma área remota da floresta do Gabão, a 12 km do equador, os pesquisadores Anne-Marie e Xavier Hubert-Brierre têm observado a reação dos animais selvagens de como eles se vêem em grandes espelhos equipados com sensores de movimento que o casal instalou há 5 anos.
Esta ideia inovadora atraiu a atenção de primatologistas, especialistas em comportamento cujos estudos sobre o auto reconhecimento têm sido realizados até agora em laboratórios, em animais selvagens em cativeiro que estão habituados à presença de seres humanos.
Para os seres humanos, o auto-reconhecimento não é imediato: no caso da criança muito nova é necessário um período de “treino espelho” guiado pelo cuidado de sua mãe.
Já para os animais selvagens que não tiveram esse treinamento de espelho, nem possuem o uso da linguagem para guiar e tranquilizar seu filhote, o reconhecimento de si é muito mais difícil.
Os machos adultos vêem o seu reflexo como um estranho vindo para agarrar suas fêmeas. Jovens animais, por outro lado, vêem seu reflexo como um amigo e companheiro. Eles não hesitam em tocar a superfície do espelho ou chegar atrás do espelho em um esforço para tocar o que estão vendo.
A respeito dos estudos o casal comenta: “Rebekah, uma jovem estudante do professor Jim Anderson, da Universidade de Sterling na Escócia, concluiu sua pesquisa, com base em nossos vídeos. O vídeo de um jovem gorila masculino na frente de nossos espelhos, a levou a seguinte conclusão: este gorila demonstrou a capacidade de reconhecer a si mesmo”.
Anne-Marie e Xavier Hubert-Brierre instalaram grandes espelhos (250cm x 120cm) com a finalidade de filmar sobre ângulos diferentes com câmeras equipadas com detectores de movimento, as reações dos animais encarando sua própria imagem e o reflexo de seu habitat.
Assista à um desses famosos vídeos e vejam no final a reação narcisista do leopardo (o cara se acha um gato – e ele é mesmo):
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