O acidente com o avião que transportava a delegação da Chapecoense, em novembro de 2016, praticamente parou o Brasil. A onda de comoção atingiu proporções mundiais e tanto entidades quanto personalidades ligadas ao esporte prometeram que ajudariam a equipe e as famílias das vítimas em sua restruturação.
As maiores promessas estavam ligadas à própria Chapecoense. O Atlético Nacional cedeu o título da Copa Sul-Americana (o que rendeu uma premiação em dinheiro e uma vaga à Libertadores 2017 para a Chape), alguns clubes cederam jogadores a custo zero e eventos foram promovidos em prol da equipe.
Contudo, nem todas as promessas feitas à Chapecoense foram cumpridas. O site da revista Vice fez um levantamento com o que não aconteceu até agora. Veja:
1) Paz entre as torcidas organizadas paulistas
Após se reunirem para homenagear os mortos no acidente, líderes das torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos propuseram o fim das brigas entre seus integrantes.
Ainda não dá para dizer que a promessa não foi cumprida, visto que ainda não tivemos jogos oficiais em 2017. Entretanto, a Polícia Civil investiga a origem do pacto de paz. Acredita-se, inicialmente, que uma ordem dos líderes do PCC tenha motivado a ação.
2) Astros no elenco
Ronaldinho Gaúcho e Gudjohnsen, dois craques de bola de décadas passadas, disseram ter vontade de jogar pela Chapecoense. O brasileiro se ofereceu primeiro, seja para um jogo ou um vínculo. Depois, foi a vez do islandês.
O elenco da Chapecoense se reapresentou com 35 atletas e não há nenhum grande astro entre eles, muito menos os dois nomes citados. Ronaldinho Gaúcho é, inclusive, especulado como reforço do Coritiba.
3) Seguro de vida
O seguro de vida dos atletas da Chapecoense foi devidamente pago pela CBF. Só que o cálculo foi feito a partir do salário registrado em carteira e sabe-se que boa parte dos rendimentos de um jogador de futebol vem por fora, por direitos de imagem. Acabou bem menor do que deveria ser.
Há outra questão polêmica relacionada ao seguro de vida. Outros profissionais que estavam no acidente, incluindo o técnico Caio Júnior, não tinham cobertura. Agora, a CBF tem sido pressionada a registrar comissão técnica e outros profissionais do tipo da mesma forma que jogadores. A “Lei Caio Júnior”, proposta pelo deputado José Rocha (PR/BA), pode nascer desta iniciativa.
4) Amistoso contra o Torino
O Torino, da Itália, também foi vitimado por um acidente de avião, em 1949. Daí, criou-se um vínculo com a Chapecoense.
Foi proposto que ambas as equipes fizessem um amistoso, mas, desde então, não houve mais conversas sobre o assunto. O próprio calendário da Chapecoense, que envolve diversas competições, também não deve permitir mais uma data do tipo.
5) Equipes usando o uniforme
Segundo informações divulgadas na imprensa – e algumas delas até confirmadas por dirigentes -, Corinthians, Palmeiras e Atlético Nacional jogariam partidas, ainda em dezembro, com o uniforme da Chapecoense. Não rolou por motivos distintos: no Palmeiras, medo de tapetão; no Corinthians, rejeição à cor verde; no Atlético Nacional, motivo indefinido.
6) Fundo para família das vítimas
Falou-se muito sobre a criação de um fundo para as famílias das vítimas, visto que, com tantas propostas de ajuda para a equipe, os parentes acabaram esquecidos.
Até agora, nada foi feito. À imprensa, familiares dos atletas reclamam do abandono, enquanto muitos se preocupam com a instituição Chapecoense. A premiação do título da Copa Sul-Americana e o dinheiro de doações não estão chegando.
7) Doações em geral
Equipes como Sport, Botafogo, Atlético-MG e São Paulo prometeram destinar rendas de jogos ou de camisas leiloadas para a Chapecoense. Zico e D’Alessandro, que promovem amistosos anuais, disseram que doariam a renda de tais eventos para a equipe.
Nem toda essa renda chegou até a Chapecoense. Até o último dia 19, a diretoria tinha recebido apenas R$ 220 mil, um valor muito aquém do esperado – somente o amistoso promovido por Zico obteve mais de R$ 200 mil de renda.
8) Jogadores emprestados
Várias equipes disseram que disponibilizariam atletas para empréstimo, a custo zero, para a temporada 2017. É verdade que muitos jogadores foram obtidos via empréstimo, contudo, na maior parte dos contratos, a Chapecoense banca metade dos salários.
Uma das negociações não deu certo justamente por isso. O São Paulo não cedeu o meia Daniel por causa de um desacordo em relação ao pagamento dos salários. O técnico Vágner Mancini e o dirigente João Carlos Maringá fizeram críticas às equipes, que só quiseram ceder atletas dos quais já queriam se desfazer.
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