Uma história absurda aconteceu em abril no Rio de Janeiro e só veio a público agora. Uma vendedora da loja da TIM do Norte Shopping, localizado na Zona Norte da capital carioca, compartilhou um longo texto nas redes sociais desabafando sobre um injustiça que sofreu.
Após ser violentada e humilhada de diferentes formas, ela sofreu uma tentativa de estupro por parte de um consultor e do gerente geral da loja de telefonia – e ainda acabou demitida por justa causa! Após denúncia, o caso está sendo investigado pela 23ª Delegacia de Polícia (Méier).
“Eu vivi o pior dia da minha vida. Entrei na cozinha como de costume, subi para beber água e fui pega de surpresa pelo meu colega de trabalho, um consultor igual a mim e pelo meu gerente geral. Eles apagaram a luz e fui empurrada para o gerente pelo ‘colega de trabalho’. Minha mente paralisou na hora, não conseguia assimilar por que comigo e o por que de estarem fazendo aquilo, foram minutos angustiantes“, inicia o relato.
“Ele passou a mão no meu corpo, ele pressionava tão forte o seu corpo contra o meu e beijava o meu pescoço de forma rígida e rápida, enquanto continuava passando a mão no meu corpo, enquanto eu pedia para ele parar e quando vi que seria dali para pior, lembrei de uma ‘colega de trabalho’ que tinha subido junto comigo porque marcamos de almoçarmos juntas”, contou.
A vendedora seguiu contando detalhes do dia em que quase foi estuprada pelo companheiro de trabalho e por seu superior na loja.
“Quando essa colega fala: ‘denuncia eles’ (pelo canal interno que a TIM disponibiliza), eles abriram a porta e eu consegui sair. Seguro na mão dela meio trêmula e falo que estou nervosa. Depois subimos para almoçar e contei a ela o que tinha acontecido e que estava com muita vergonha“, descreveu.
Apesar de ter saído de férias logo após o ocorrido, ela não conseguia esquecer o que viveu naquela sala.
“Entrei de férias no dia seguinte e somente quis esquecer tudo aquilo. Porém o meu corpo e mente já estavam corrompidos pelo que fizeram comigo, então voltei no dia 03.05.2021 e só de pisar na loja eu me tremia, subia para sala do ar de condicionado e chorava sozinha, ainda com muita vergonha e medo de perder o emprego e ainda sem entender o porquê eles fizeram isso comigo”, contou ela, que revelou ter desenvolvido depressão após o fato.
“De tanto conversar com essa ‘colega de trabalho’, descobri que ele (o gerente) estava dizendo para todos que não me pegou porque não quis, me humilhando e me ameaçando junto com o consultor caso eu continuasse com a denúncia, lembrando que eu estava no meu ambiente de trabalho”.
“Meu rendimento caiu, não conseguia mais atender um cliente, porque eu sempre estava com lágrimas nos olhos, mas ainda sim tentando ser profissional com o gestor e com o colega de trabalho. Mal eu sabia ali que me calando, eu estava me sufocando por dentro, desencadeando a minha depressão“.
Em seu desabafo, a vendedora conta, ainda, que passou a ser excluída pelo gestor e outros colegas de trabalho.
“Fui atacada, humilhada de várias formas, ameaçada e coagida, simplesmente porque ele teve acesso à denúncia e a avaliação da sua gestão que eu claramente respondi de forma negativa”, disse.
Vendedora acaba demitida por justa causa
Sofrendo com os efeitos que o trauma lhe trouxe, mesmo após pedir ajuda, ela não recebeu apoio.
Sem conseguir trabalhar com tanta ansiedade, a vendedora começou a entregar atestados médicos que diziam que por estar extremamente abalada, não poderia comparecer ao trabalho.
A situação se encaminhou e um dia ela foi chamada para falar com a coordenadora, que a demitiu por justa causa!
“Quando a coordenadora subiu, me demitiu por justa causa, no meio de uma crise de ansiedade e me demitiu de forma humilhante, falando sobre eu ter ferido a honra dos meus superiores e colegas de trabalho, quebrando assim o código de ética da TIM“, contou a ela, que ficou ainda mais desesperada e perdida.
“Depois de tudo isso que vivi, me senti perdida, só chorava e meu corpo queimando, dor no peito, minhas mãos suadas, até vir o diagnóstico de depressão, ataque de pânico e estresse pós-traumático. Só queria a ajuda da empresa, eu estava falando a verdade, não teria motivo para mentir e destruir minha carreira e minha vida”, desabafou a ex-vendedora.
“Essa dor que sinto, essa ansiedade e ataques de pânico, se Deus quiser irão passar uma dia. Mas eu nunca vou esquecer o que esses dois fizeram e a ajuda que pedi e não tive. Agradeço a Deus pela família maravilhosa que tenho, pelo meu namorado, por terem ficado ao meu lado em todos esses momentos”, disse a jovem, que ainda fez uma apelo à empresa.
“Que a TIM mude a sua estrutura de ‘denúncias anônimas’, que ouçam mais os seus funcionários, pois o meu namorado ainda está lá de forma profissional buscando tirar um sustento para nossa família, e sei que existem mais casos semelhantes e que muitas se calam mediante o silêncio da empresa”, concluiu ela.
A Tim se pronunciou sobre o caso através de uma nota encaminhada à imprensa. Leia na íntegra:
“A TIM repudia qualquer situação de assédio e esclarece que o caso encontra-se sob apuração sigilosa por parte das autoridades competentes, motivo pelo qual tem se mantido respeitosamente silente. A empresa lamenta a situação exposta pela ex-colaboradora e informa que entrou em contato com a mesma para prestar apoio e suporte psicossocial a toda sua família. A empresa esclarece que qualquer decisão tomada com relação a seus colaboradores é sempre feita de forma imparcial e baseada em fatos apurados e documentados. Assim, o afastamento da colaboradora se deu por causas anteriores e totalmente alheias aos fatos relatados. A TIM trata com máxima atenção, seriedade e sigilo as denúncias e manifestações recebidas em seu Canal de Denúncias, como ocorreu no presente caso. Em função da abertura do processo criminal, a empresa afastou do trabalho os dois colaboradores arrolados no inquérito“.
Ela pulou de um prédio para fugir de um estupro e está reaprendendo a andar
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