Igor Miranda
A primeira sessão ordinária de 2017 na Câmara Municipal de Araraquara (SP) contou com uma polêmica. A vereadora Thainara Faria (PT) se recusou a ler um trecho da Bíblia na abertura dos trabalhos parlamentares.
O regimento interno da casa determina que um trecho da Bíblia seja lido por um vereador, escolhido por rodízio, sempre antes da sessão ter início. No entanto, Thainara disse que não integraria a lista de oradores e explicou o motivo.
A vereadora de 22 anos disse que tomou a opção de não ler o trecho, mesmo sendo católica, porque o Brasil é um Estado laico. Ela disse, ainda, que outras religiões não são representadas com tal regimento:
“O Brasil é um Estado laico, e um Estado laico significa que o país ou nação tem uma posição neutra no campo religioso […] Então, se não deveríamos permitir a interferência religiosa no Estado como parlamentares, deveríamos fazer nossas orações em particular, porque senão em vez de chamar o vereador aqui para ler um trecho da bíblia poderíamos chamar um vereador para vir aqui encarnar um caboclo e falar a palavra também de outras religiões?”
Veja:
A situação gerou polêmica nas redes sociais. Em entrevista ao UOL, Thainara Faria disse que foi criticada por internautas. “Muita gente elogiou a minha postura, mas teve muita gente me chamando de herege, dizendo que era mentira que eu era católica, que frequentava a igreja”, disse.
Apesar dos outros vereadores terem demonstrado estranheza com a situação, a opção de Thainara foi respeitada na casa. “Os vereadores me olharam torto, fizeram cara feia, mas todos me respeitaram. O presidente chegou a dizer que eu poderia ter me recusado a ler e não ter falado nada sobre isso na tribuna”, afirmou.
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